Solidão (IV)
Longe estão os teus olhos, pois deles não tenho notícia.
Pergunto ao tempo, mas também ele não sabe onde estás...
Grito ao vento uma saudade nada fictícia
e inicio o luto pelas ausências que me dás...
Ando pela vida à tua procura...
Calcorreio mares e serras, sem exaustão...
Aceito que a vida, na sua loucura
roube de mim essa grande ilusão...
Roubarei eu dela esta coragem tardia
onde me escondo, para te encontrar
pois sem ela não sei como faria
para este desejo de um beijo, te confessar!
Solidão companheira, o Outono se aproxima
invadindo de brisas frescas os mais curtos dias...
Guardarei em silêncio e segredo a minha rima
indo ao encontro do silêncio que também irradias...
E pode ser que apareças da tua "morte"
a galope de um belo cavalo selvagem
vindo ao meu encontro com um abraço forte
que tragas nos braços ao voltar de viagem...