A ponte
Sonhei num dia invernoso
Que tinha teus olhos
Frio a frio, ossos dos teus ossos,
Sonhei que te erguia do fosso
Era o que queria,
Derrubar os muros.
Era o que intuía,
Gritar aos surdos
Via você na penumbra,
Sofrendo debaixo do verniz ,
Via um falso Hades que quis
Evitar a lágrima, deixar sobra.
O que esse Heitor não sabia
É que Aquiles residia no olhar,
Disse que te amava, estive lá
Ouvindo tua garganta fria.
O gole de cerveja não cessa,
Era só uma fuga confessa
Das cicatrizes que te envelhecem
De cada suicídio "nonsense".
Levante as pálpebras rígidas,
Estamos bem vivos,
O inferno são outros,
Amemo-nos nessa vida