ALEGORIA LÍRICA DE FULANO E SICRANO

De repente me vi no mundo, em sã consciência entendi a morte, fazendo-me querer duvidar, olhei em meu redor a vegetação, alguns animais silvestres, insetos, que por ali estavam.Senti que agora vivia o caos, então se morre! Mas que tragédia para uma mente esperançosa. Tantos anos se passaram e essa perplexidade não foi resolvida em minha vida. Divaguei bastante ao saber que existe uma água viva (Turritopsis dohrnii) suas células se mantem em um ciclo de renovação indefinidamente, e que não morre, que tem inteligência de estar sempre renovando o sistema celular, e que a morte da mesma vem por acidente. Mas que pensar mais estúpido de imaginar a eternidade...pelo menos do ponto de vista material. Desejar o retardo da morte, aliada a uma medicina voltada as inovações biotecnológicas, e se enveredarmos assim na positividade, essencialmente de resultados satisfatórios no refreio da morte...Como já vem acontecendo de maneira tímida...Bem, imaginemos: no primeiro passo 200 anos, no segundo passo, 500 anos, e assim sucessivamente até atingirmos a imortalidade. E a perplexidade bate à porta outra vez, o mundo...O universo com seu percurso, o caos vindouro? O fim do Big-bang...Os astros em desordem. Desejar sempre existir não combina com nenhum princípio da razão, o que resta? Precisamos de mais tempo? Para entender a grande incógnita da existência ao próprio tempo...A eternidade, a grande deusa do espaço.

Fulano mui fortemente,

Impôs seu reino aos ribeirinhos,

Sicrano planeou diferente,

Liberto se fez por outro caminho.

Muito do que se ouvia,

Do que vinha,

já se dizia,

De lá pra cá,

Daqui pra lá,

Pelo além mar.

Fulano e Sicrano, quase um só,

Filhos da mesma tribo,

Mas se tornaram inimigos de dar dó,

Tudo por nada, não faltou aviso.

Tudo frio, tudo sangrento,

Procuro um céu isolado,

Quem mais pode caber,

Neste universo decadente?

Além de todos aqui:

Fulano e Sicrano, quase um só.

Muita gente sobreviveu,

A este mundo indecifrável

Só dele... De meu Deus!

Abre tudo deixa a luz bater,

Vamos embora já está na hora,

O sol nos iguala caro Fulano,

é sem engano caro Sicrano.

E o caminho é este a seguir,

E encontrar o que deve valer,

E navegar sem medir,

Em busca de um lugar,

contentamento!

Pois nessas horas,

como o sol fica pequeno.

Omar Botelho
Enviado por Omar Botelho em 22/10/2014
Reeditado em 03/01/2015
Código do texto: T5008708
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