Rosa Minha

E numa manhã destas

que o sol brilha escaldante

eu anelava por ver-te,

rosa minha.

Me pus a caminho,

levei comigo todos os apetrechos,

senti o desejo de regar-te

para proteger tua beleza

e dar-te refrigério.

E ao caminhar pelo canteiro das rosas

procurei pelo teu aroma,

os meus olhos percorreram aflitos

pelo jardim.

Procurei por ti rosa minha

e lá, junto aos arbustos

te vi emaranhada,

rosa minha machucada,

arrancaram-te da terra pela raiz,

arrancaram-te as pétalas,

rosa minha destruída...

Debrucei sobre ti em lágrimas,

lamentando... Pranteando.

Ah rosa minha!

Queria destruir os teus pulgões,

queria assassinar as lagartas

que te sorviam a vida.

Na ânsia daquela dor gritei

fazendo ecoar teu sofrimento

por todos os jardins;

olhei em volta a procurar

o ser que fez contigo

tamanha crueldade

e, entre as lágrimas e a aflição

te levantei do chão,

plantei-te em um canteiro novo

onde incansavelmente te protegi

rosa minha... Onde posso ver-te

florescer e exalar o teu perfume.

Recompensa minha e tua, pois

dou-te meu cuidado e tu dá-me alegrias,

dou-te todo o meu amor

e tu dá-me as cores da minha vida.

Seja eterna rosa minha...

Seja eterna.