Poetas Eternos

Poetas eternos que nascem e morrem no verso

olhando o espaço e o desembaraço da lua,

contando seus passos na letra despida da rua,

regando o regaço da deusa que tornou-se musa.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras

de flores e cores, crepúsculos entardecidos,

de sol despedido emergindo na noite infinita,

de estrela cadente e a mente eloquente da lida.

Poetas eternos viventes em páginas de um arrebol

pintando com as letras as formas incertas do mel,

borrando o batom vermelho da dama que não é sua,

uivando descaradamente na noite fria e tão nua.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras

de mortes e vidas, de pétalas rubras da guerra

que explode e sacode no peito o bem e mal interior,

que invade as entranhas do ser matando-o de amor.

Poetas eternos que cantam em vozes e gritos surdos

entoando a canção do coração até os ouvidos do mundo,

harpejando as liras tranquilas de um céu infernal

que transmuta essa letra em tesouro emocional.

Poetas eternos de invernos sombrios, primaveras

que por eras semeia na areia a rima que o mar levou

com a onda que veio trazendo aquilo que ficou

esquecido ao relento no pensamento que amou.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 22/10/2014
Código do texto: T5007833
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