FACHADAS

FACHADAS

O calor infernal me faz pensar besteiras,

Penso em negras dançando requebrantes...

Ando a pé pelas ruas úmidas pela tormenta,

O frescor foi momentâneo e calor sobe do solo,

Vejo a felicidade em todas as fachadas que há,

Drogados fazem algazarra no banco da praça,

Andarilhos caindo cantam algo indecifrável...

Todas as fachadas são reluzentes mesmo sujas,

A tormenta lavou a alma empoeirada de muitos.

Piso na poça que me reflete molhado e sujo,

O prazer da água invadindo o calçado é infantil,

Como o barulho da sirene ao longe é angelical.

Todas as fachadas escondem segredos empoeirados,

Que contam historias secretas do passado...

A chuva lava as fachadas, mas não os porões,

A refrescância é momentânea e traz alivio

Até quando as fachadas se manterão limpas?

André Zanarella 13-12-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 22/10/2014
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