SAUDADE

a saudade dói,

arranca os pensamentos

da alma que chora

e do coração que sangra...

a saudade machuca

depositada no passado

que o vento varreu

mas que a carne não esqueceu...

a saudade é o destino

no metrô da amargura,

na montanha longínqua

da solidão que entristece...

nós passamos porque a vida fica

na girândola da montanha russa

no parque mortal de diversões...

não podemos atravessar

quando todos os sinais estão verdes...

mas vejo-os vermelhos

porque me sangram o peito...

a saudade é perversa,

um espinho que corta...

a ruptura eu...

um grito de paixão...

nada volta nunca,

o tempo é passado

e a escultura acabada

no inacabado que sou...

minha saudade fala,

minha saudade grita,

minha saudade explode

no desejo de ter você...

por que, sempre perguntamos,

o controle sempre no jogo

escorregadio como grãos de areia

no jogo que reveste nosso corpo?

a saudade me perturba

e me joga na encosta da emoção

quando me lembro de você...

será que algum dia você vai voltar?

carline
Enviado por carline em 21/10/2014
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