SAUDADE
a saudade dói,
arranca os pensamentos
da alma que chora
e do coração que sangra...
a saudade machuca
depositada no passado
que o vento varreu
mas que a carne não esqueceu...
a saudade é o destino
no metrô da amargura,
na montanha longínqua
da solidão que entristece...
nós passamos porque a vida fica
na girândola da montanha russa
no parque mortal de diversões...
não podemos atravessar
quando todos os sinais estão verdes...
mas vejo-os vermelhos
porque me sangram o peito...
a saudade é perversa,
um espinho que corta...
a ruptura eu...
um grito de paixão...
nada volta nunca,
o tempo é passado
e a escultura acabada
no inacabado que sou...
minha saudade fala,
minha saudade grita,
minha saudade explode
no desejo de ter você...
por que, sempre perguntamos,
o controle sempre no jogo
escorregadio como grãos de areia
no jogo que reveste nosso corpo?
a saudade me perturba
e me joga na encosta da emoção
quando me lembro de você...
será que algum dia você vai voltar?