Das Lonjuras Exacerbadas da Vida

Nas lonjuras que me levam os sentimentos

eu me aprofundo pelos poços da saudade

e vejo a morte face a face que carrega

o afluente que sequestra a vida bem pra longe.

A minha sátira é comovente e tão dorida,

risos esparsos entre espasmos de amor

que fere e alegra impulsivamente; sensação

e, há a lembrança longínqua do fundo de mim.

O corpo padece em exacerbadas feridas

e a lida corrente engole as mentes cansadas,

descalços os pés que galgam a terra rachada

dos solos inóspitos por onde anda o coração.

Nas minhas lonjuras o olhar é algo distante

que esfaqueia em tristezas as luzes do horizonte

e a alma exaurida vai de carona com Caronte;

são águas que fluem em rios de lágrimas.

A minha sátira tem sangue e coágulos antigos

deixados em páginas d’outrora já amareladas

em livros de espíritos tão jovens já eternizados

que assinaram com a morte todos seus escritos.

E o corpo padece em penúrias e falsas injúrias

corrosivas e furtivas das vivas alucinações,

emoções já escassas cansadas dos orvalhos

que amanhecem molhando todas as conclusões.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 21/10/2014
Código do texto: T5006662
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