O ENCANTAMENTO DA POESIA
Como poderia viver,
dia após dia,
sem a alegria, a magia,
o encantamento da Poesia?
Sem um encadeamento ritmado
a invadir-me o pensamento,
sem a inquietude, a agonia do poema,
que salta, solto no ar,
rodopia e desce sobre a folha branca?
Não me abandones, Poesia!
Não recolhas os sons que tonteiam,
as palavras esdrúxulas que em meus lábios brincam:
mágicas, pálidas,
trêmulas crisálidas
espalhadas pelo chão.
Palavras, palavras...
Sobre as quais deito o corpo cansado,
a alma aflita;
entre as quais despeço-me à noite do mundo
e renasço a cada manhã.