Rosa dos Ventos
Vivo amores quentes
e vermelhos tênue a um Saara.
Luz no palco da minha vida onde cantam icebergs de barítonos,
onde dançam lâmpadas e pincéis em aquarela que marcam meus pés descalços.
Ventos afinados em Sol Maior,
que sopram os uivantes
buscando além dum degrade poente,
cactos falantes.
Acima do mar, deixando-se beijar
tudo do melhor que desejas,
que pretendes, seja
assim também no ar.
Percorrido caminho, vejo ao longe
o Monte, de um monte que é meu
azul colhido, à contemplar tal medido
os lírios monumentais que cercam o Coliseu.
Não quero abraços sem nexo,
nem mesmo prolixo,
então, que sejam convexo para quem diz que sou,
se não sou.
Deixo ávido, pálido
brando corsário a ver navio,
à Versalhes, fazer novo ninho.
Quem não há de querer à deriva, terra firme?
Contudo, terás um porto, não de madeira sucumbida em maresia,
aço ou metal falido,
mas amor inoxidável, paixão fundida
valor da vida, daqui para eternidade.
De bênção é feita a mais pura liberdade, a mesma liberdade de deixar a janela e a porta aberta enquanto bem à vontade se cultiva o jardim.