Semeaduras Silenciosas das Madrugadas

No silêncio cabuloso da madrugada

eu cultivo sonhos, alguns fantásticos

d’onde arranco estrelas do firmamento

e guardo-as entre os versos da poesia

que fala de alinhamentos celestiais

ou de dias comuns como outros quaisquer

onde desperto junto a flor que germina

e empunho a pena e discorro em nanquim.

No silêncio fabuloso da madrugada

eu cultivo fantasias, algumas esdrúxulas

d’onde colho seres surrealíssimos

e cavalgo em tubarões com asas de marfim

que me carregam pelos mares, pelos ares

entre os pássaros de labaredas solares

que estridulam melodias agourentas

sobre os dias da profecia do porvir.

No silêncio suntuoso da madrugada

sou ponto de fuga de pesadelos escabrosos

que são labirintos com ninfas e minotauros,

infernos onde navego com Dante no Aqueronte

mas, inda há jardins pecaminosos babilônicos

e eu... Eu cultivo sonhos de todas as flores,

cultivo cores em prismas helicoidais

e no amanhecer eu semeio um vasto poema.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 20/10/2014
Código do texto: T5005265
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