Semeaduras Silenciosas das Madrugadas
No silêncio cabuloso da madrugada
eu cultivo sonhos, alguns fantásticos
d’onde arranco estrelas do firmamento
e guardo-as entre os versos da poesia
que fala de alinhamentos celestiais
ou de dias comuns como outros quaisquer
onde desperto junto a flor que germina
e empunho a pena e discorro em nanquim.
No silêncio fabuloso da madrugada
eu cultivo fantasias, algumas esdrúxulas
d’onde colho seres surrealíssimos
e cavalgo em tubarões com asas de marfim
que me carregam pelos mares, pelos ares
entre os pássaros de labaredas solares
que estridulam melodias agourentas
sobre os dias da profecia do porvir.
No silêncio suntuoso da madrugada
sou ponto de fuga de pesadelos escabrosos
que são labirintos com ninfas e minotauros,
infernos onde navego com Dante no Aqueronte
mas, inda há jardins pecaminosos babilônicos
e eu... Eu cultivo sonhos de todas as flores,
cultivo cores em prismas helicoidais
e no amanhecer eu semeio um vasto poema.