A CAPELA DESVESTIDA DE SANTO
 
 
As garotas num canto
A longo do caminho
Roupas de verão
Meu inverno bem vindo
Sentado n’outra sala
Esparando que traga
As cores chamantes
Um perfume delicado
Minha barba fumante
Apenas ressaca
O momento de se “estar”
Ela desliza as unhas
Pela alcunha nova
Que proponho
Diz ter tido um sonho
Eu era magro
Não tinha cabelos
Meus pelos se amarravam
Enquanto ela
Transava
Alucinada
Depois de todos os pelos
Por ela  tramados
A trama que ela contou
Sempre me fora estranho
Devia ter um copo sobre a mesa
Uma luz de vela acesa
Copos coloridos
E nada como tinha
Até eu chegar
As outras eram tão doces
um tempo de escola
Eu via esse mesmo
Gosto
no desgosto pousado aqui
“Sabia o que iria nascer”
Meu lumiérie de parede
Me deixava com sede
Ainda pequeno
Oscilava entre o veneno
E o sereno da puberdade
Aquela tarde
eu me ocupava
vendo teus passos
o meu fracasso
se entregou quando vim
te beijar até aqui
as que sentavam no colo
dos sardos
e seus cabelos pintados
porque só seu fardo
era muito leve
leve a nenhum lugar
os castanhos fumando
o que o oriente
deseja numa sala
tranquila
aroma que desfila
ela ainda insistia
me olhava de superfície
parece querendo entrar
meu espelho quebrado
atinge sua fraqueza
a beleza pede a gentileza
do homem isolado
das conversas
tem mais uma destas
não me olhe com pressa
parece não haver mais
ninguém aqui
as meninas pulverizam
suas risadas
que violam o intranquilo
ela quer aquilo
que vim oferecer
mas aquilo que tem vida
não precisa da “diva
dos loucos”
nem a fala tão pouco
vem acolher
me dê o calor das horas
que ficou pensando
sonhei antes de vir aqui
nos dois transando
as vacas ruminam no canto
os trotes envelopes
p’ras noites em suas saias
e blusas
como que cantando
o homem da ilha
vem agora chegando
tem sua garrafa vermelha
de Contini
contém mais amores
que as dores trazidas por mim.