Da Silenciosa Alegria

Onde não mora o amor, a alegria não habita;

e, se chega a visita de um risonho bom humor,

vem para camuflar a dor, numa gargalhada bonita

que, quem olha, acredita estar vendo o morador.

Mas mesmo hilariante, na triste casa, não demora...

no silêncio, vai embora todo o seu sorrir falante

que fala por um instante e, quando vai, a casa chora

numa mudez que implora por outro riso visitante.

Porém se a moradia deixa de ser só visitada

e se faz vera morada da moradora alegria,

o risonho, que sorria, numa tão falante risada

(na casa, já habitada pelo amor que, lá, não ia)

ri, suave...todo dia...sua alegria calada

que, mesmo sem dizer nada, diz tudo o que não dizia.

19-10-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 19/10/2014
Reeditado em 11/12/2015
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