Declaração de amor
Amada,
Difícil é prometer eterno amor quando tudo é passageiro
- E tudo é pó depois que dura -
E tudo é seco e vão pesar, depois que a vida foge
Sem os adeuses das nossas mãos, cumuladas de paixão.
Nada nos impedirá agora,
Nada, neste momento de eternidade
Enquanto o sangue faz latejar meu peito
E pulsa meu ofegante coração,
Que em vida explode
No teu corpo que é explosão
Deixa, ai, deixa que eu recite o canto
Da primeira chuva de setembro
E te deite entre as primeiras flores da primavera.
Entre os jardins floresceremos como a macieira
Te darei seiva, me cobrirás de frutos.
Ai, amada
Eu te declaro tudo pela imensidão que sentimos agora
Pela gratidão do teu colo que envolve o meu
Como festa, como terra, como fonte em que nos banhamos
De amor .