Pro Nobis
Descartável, assim como o beijo colhido na taça mórbida
De nada vale, é apenas um risco, um rabisco no vidro fosco
Para que olhares? A linguagem universal fala pro nobis
De nada vale, verto ausente apenas mais um gole
Se todos acham, apenas discordo do universo
Todos rebaixam-se, contemplam imóveis o nascer do verso
E nos seus olhos? Nada... apenas vazio, completo vazio
Contemplo a taça, beijado o frio conteúdo sanguíneo
Tudo passa, é o que dizem os conformados
Se passa, porque nada muda?
Ainda sinto, ainda vejo
Ainda contemplo a taça transbordante da coisa absurda