Coração de poeta VII
Eu acho que eu perdi o dom
E, com certeza, perdi o costume
De escrever algo bom,
Ao invés deste estrume
Que não serve nem pra fertilizar
As ideias da minha cabeça
– só fede, esta porcaria putrefeita
Em estado avançado de decomposição.
Além disto, perdi os bons hábitos:
Usei muito baixo calão.
Nunca escrevi uma poesia perfeita,
Mas, não precisa ser tão imperfeita,
Que nem este pedaço de lixo
Feito bem nas coxas.
Eu acho que eu perdi a cancha
E sou incapaz de versejar
– mais ainda, sou incapaz de estrofar.
Eu acho que eu me perdi...
E, se eu me perdi da poesia,
Então, eu, certamente, morri.