INÉRCIA
Há dias,
em que sou a pedra,
no meio do caminho.
Insensível,
fico ao espezinho,
do horizonte adiante...
Mal abrigo passarinhos...
Sofro o açoite do vento,
chispas do sol, sem piedade,
humor do tempo, ao relento...
O meu olhar maltrapilho,
caça belezas perdidas,
e se fecha em abandono...
Sem sono, teço ilusões,
no recôndito de mim,
e mergulho em fantasias.
Cansada, durmo em verdade...