MIRTES NAS FACES NOTURNAS

 
Ela resgatava
Sua interia desafiada
Mulher antes solteira
Toda noite
Pra que ele fosse
Amante
Dos anéis riscos
De se envenenar
Com os artigos
Publicados
Pelo homem de terno
E o mártir vivo
No pulpito
Sofrendo de vida
Vida antiga
Proliféra pelo alto
Nada sente por dentro
depois da viagem
que a volta insiste
em poder deixar por lá
toda verdade
que se admite ter
pela vontade dos braços
o encontro dos lábios
as roupas caídas
as íntimas visitadas
por línguas afinadas
num canto em voz alta
do sentidos
traz os amigos em volta
e o que eles fizeram
comigo
as tardes do inverno
que sente a vontade
crescente
de tê-los no abrigo
minhas frutas colidas
e mastigadas
ainda sonho o sabor
da fibra máscula
de quem fica
em meu sonho
há um corrupto
segurando o barco
de cleopatra
que navega prometendo
seu império
a quem se torne escravo
repele de certo
suas agonias
e as fantasias falsas
de que precisa
“a mulher é a presença
de todo portal
não vai haver águia
se o mortal
quiser voar sem suas asas”
olhos que assistem
agora todo suor
da necessidade
que ele tinha
a vingança do falo
a vagina úmida
ainda ressentida
o amor pensando
depois das horas
do cançado
ele trouxe flores
do jardim
algumas ainda
com raízes
e as plantou todas em
 mim
recitou versos de Clarice
sobre o sabor
de toda pose que envolve
o amor num novo
amor todo dia
ela não precisava ouvir
relutava feliz
mesmo que feliz
parecia apenas na boca
pedindo
abra a sua sob o convite
da minha
o êxodo das vertigens
crescem no silêncio
por vagar
no doce apelido vulgar
que o tesão parece ter
antes de ser
sentido
um dos tantos amigos
que ontem chamei
me dizia
versos destruídos
que meu corpo absorvia
despossuia minha força
minha força gritava
em seus ouvidos
retire a moça do altar
entre os velhos arrependidos
aqueles egos famintos
de toda marcha contínua
quero aquela missa
rezada
pela sacerdotiza madura
que segura uma adaga
entre nossos pulsos
amarrados
os semi-nus iluminados
por toda ala
jogando licores e pequenas
pedras de Ametista
isso que sangra cristalizado
em gotas frias
me diz qual dentre elas
fui eu de verdade
e qual era a idade
qu’eu tinha
eu também fui buscar
as mortas desafiadas
no ouro
quero meus dedos nus
segurando seu mundo
o meu por dentro
espera sua bebida...