Como é longa esta estrada

Como é longa esta estrada.

Não sei quanto tempo a percorri a pé.

Quantas vezes sorri para mim mesmo sobre os montes

Quantas vezes acreditei que tinha sentido tudo o que era possível sentir.

Aspirei pétalas perfumadas

O vento as roubou de mim

Cheiros de fragrâncias variadas

Suores, puros vinhos feitos às cores de sangue

Olho para trás

Os caminhos se desfazem, vejo só a poeira que não baixa.

Talvez eu passei rápido demais sem parar para descansar

Se pintasse o passado em uma tela seria feito de grãos de pó

Escrevo num livro que nunca deixará vestígios das palavras

Ouço músicas que se vão como as gaivotas

Em voos rasantes rente ao mar

Como as emoções que nos chegam sem nunca nos tocar

Como viver só de razões

como se fossem rações contadas para a vida suportar?

...Quando não puder mais deixar pegadas

Criarei asas para nunca mais voltar.

Robertson
Enviado por Robertson em 15/10/2014
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