Andorinhas II
Fim
É a vida
Um dia termina
Que não seja vazia
Oca no dia da partida
Tudo que seria não se completou
Tantas tentativas, tomadas de assalto
Sepultavam a germinação ainda na criação
O tombo era grande, caía-se do alto
Por instantes achei que morreria
Que o mundo a meu favor não mais conspiraria
Que cansado estava de tanto lutar e morrer
Que de tanto apanhar acabaria deixando de viver
Mas eis que um pedacinho do tempo me tomou o dia
Veio-me à tona lembranças que me trouxeram alegria
Sorrisos, volúpias, descobertas, criações e poesias
Abraços, afagos, conquistas, vivências do dia a dia
Escalafobeticamente traçou-se em minha estranha mente
Que tudo ocorre aleatoriamente desde a semente ao poente
Que o sim ou o não, a sorte ou o azar, são sinais que criamos
Para viver tentando entender a métrica da vida e quem somos.