Silêncio

Quem sou eu?

mais um sonhador

e com o mundo o que aconteceu?

perdeu-se a noção do amor?

Se um dia foi marcado pra ser assim

não quero isso pra mim

se soubéssemos que iríamos nos perder

talvez nem fossemos nascer

Dias em tédio preto e branco

sem cor como desencanto

são rabiscados por lágrimas do céu

e nem sempre doces como mel

Rindo à toa do errado

quando temos o certo em nossa mão

e o incerto em rabiscado,

o bem seguido da compaixão

Dias se passando em horas ao vento

pois assim se fez firmamento

em suave tom descolorido

e lá fora continua um mal-entendido

Se cada momento falasse

diria estou só

e se cada pranto se enrolasse

já existiria um nó

No silêncio ouço vozes a gritar

e vejo um mundo a chorar

sinto um muro cair

sinto uma alma a se despedir

No silêncio de um vazio

surgem reflexões como de um navio

perdido em mar alheio

e de intenso anseio

Por que o mundo tem de ser assim?

será que é isso que vem pra mim?

de repente ouço um querubim

e volto para um silêncio sem fim.

Pablo Nunes
Enviado por Pablo Nunes em 24/05/2007
Reeditado em 28/05/2007
Código do texto: T500028