Silêncio
Quem sou eu?
mais um sonhador
e com o mundo o que aconteceu?
perdeu-se a noção do amor?
Se um dia foi marcado pra ser assim
não quero isso pra mim
se soubéssemos que iríamos nos perder
talvez nem fossemos nascer
Dias em tédio preto e branco
sem cor como desencanto
são rabiscados por lágrimas do céu
e nem sempre doces como mel
Rindo à toa do errado
quando temos o certo em nossa mão
e o incerto em rabiscado,
o bem seguido da compaixão
Dias se passando em horas ao vento
pois assim se fez firmamento
em suave tom descolorido
e lá fora continua um mal-entendido
Se cada momento falasse
diria estou só
e se cada pranto se enrolasse
já existiria um nó
No silêncio ouço vozes a gritar
e vejo um mundo a chorar
sinto um muro cair
sinto uma alma a se despedir
No silêncio de um vazio
surgem reflexões como de um navio
perdido em mar alheio
e de intenso anseio
Por que o mundo tem de ser assim?
será que é isso que vem pra mim?
de repente ouço um querubim
e volto para um silêncio sem fim.