QUEM SABE AGORA

Quem sabe agora eu possa compor,

o meu lirismo poético campesino;

que emana do cheiro suave da flor,

ou do manso rio a correr cristalino;

ao labor diário do tosco pescador,

ou do cavaleiro sobre o seu equino.

O meu lirismo poético campesino,

a nutrir-se da paz dos lindos campos;

do gado que pasta o capim franzino;

da noite povoada pelos pirilampos;

do poema que se faz sem prévio tino,

pescando em sonhos os hipocampos.

Que emana do cheiro suave da flor,

aromatizando as plantas orvalhadas;

em meio a manhã de morno albor,

na alegria dos pássaros em revoadas;

vendo as algas de aquático verdor,

nutrindo os peixes em rasas beiradas.

Ou do manso rio a correr cristalino,

por entre a flora de diversos matizes;

quando da ermida se escuta o sino

soar em baixos badalos tão felizes;

ante a presença do monge beneditino,

sendo fiel às suas campestres raízes.

Ao labor diário do tosco pescador,

que ancora a canoa na beira do rio;

sob o sol da tarde de pouco calor,

depois da chuva refrescando o estio;

olhando ao céu sendo grato ao Senhor,

pelos peixes pescados com o seu suor.

Ou do cavaleiro sobre o seu equino,

cavalgando num dia qualquer de lazer;

levando na garupa o seu filho menino,

voltando pra casa antes do anoitecer;

até porque esse lírico poema campesino,

Deus e eu, acabamos agora de fazer!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 14/10/2014
Código do texto: T4998982
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