ONDULAÇÃO
ofereço-te uma rosa
na pétala da fantasia
que move a sedução...
ergo um brinde
a glória do amor
sem princípio e sem fim
na arte da fascinação...
olho-te nos olhos
inseguros, insuficientes,
pedindo e dando
no sentir da sensação...
pego tuas mãos...
erguemos o brinde
borbulhante do cristal
que reveste nossa alma...
as mãos se movimentam
num movimento suave,
numa sinfonia constante,
numa melodia sibilante...
desliza pelo corpo, as mãos...
percorrem um caminho perigoso,
torturante e fascinante...
encontram um caminho...
as mãos se tornam seguras,
se tornam firmes e práticas...
são os pássaros que cantam,
são os corações que se encantam...
as mãos se entrelaçam, se procuram,
se acariciam, se seguram...
minhas mãos, tuas mãos...
duas bocas que se unem...
bocas sedentas, famintas
se procuram e se acham...
alucinadas, extasiadas...
acham o atalho...
as bocas que percorrem o corpo,
pouco a pouco, cada vez mais rápidas,
explorando o atalho que se oferece
nos bosques das promessas...
gritos, sussurros e gemidos
compõem a orquestra
melodiosa dos seres sensitivos
no labirinto do sonho real...
o brinde depois de erguido
é tomado e saboreado...
as pétalas se espalham nas estrelas...
uma rosa vermelha a flutuar...
nas minhas mãos, nas tuas mãos,
na minha boca, na tua boca,
no meu corpo, no teu corpo...
o prazer da paixão no ato de sentir!