Fogo da Paixão
Fogo contido
geme
como incessante incêndio
gêmeo.
Alastra-se
comendo espaço,
arrastando as flores
que no caos ingressam.
Fogo sempre
decidido,
nunca prudente
torna-se ardido.
Basta-se
crepitando.
Barulhos do despertar
indo, vindo e estando.
Fogo que se alça
nada dista
da minha dor
queimando em vista.
Fogo aceso
coeso.
Labaredas do inferno
que na paixão vejo.
Consome-se
e some e vai sumindo
com o tempo
diminuindo.
Fogo que morre
imperceptível
quase querendo
parecer.
Queima-se
eterno
qual amor
que não se esquece.