DE AZUL E AMARELO

Espreita o dia em que os vilões serão amados

Glorificada toda a súcia nesse dia

Que dos porões extintos monstros despertados

Concretarão as fundações da tirania

A triste hora vem de manso e rastejante

Nau travestida de poesia e ao dar-te a mão

Mil mentirosos surgirão no pronto instante

Marcando o passo da funérea procissão

E os imbecis hastearão rotas bandeiras

Tomando as praças com canções tão sorrateiras

Que pintarão risos na tez da besta fera

E o sangue novo inundará o copo imundo

Brindando o torpe principar do fim do mundo

Como se fora o limiar da primavera