O ATAQUE INDEFESO

 
A colméia preferida
Ela a abelha rainha
Vestida como que
Nunca vestida
Por debaixo do que
Parece querer
Não ter nada
 vistas ao fundo
Desce desprevinida
Sente o aroma
De machos contidos
no enredo pra distrair
o que ela trouxe
querendo envolver
em preto tramado
p’ra decolar suspirado
driblar suas coxas
onde suas mãos vacilam
se quer mesmo puxam
de volta
se volta quer mesmo cair
 entrega de corpo
corpo quer o mesmo
vestido transado
junto a ela
numa dança que alcança
toda volúpia desejada
eles a escolhem
encolhem perto dela
cabelos jogados
p’ra um beijo mortal
permite o que envena
se aproximar demais
de sua pele
ver toda sua veste
pulsando
debruça caindo
sobre o  ombro
ombro deixado
a mostra
alvo do despojo
agora tem todos a acima
do encontro
que o calor do antro
iluminado
 deixa sua mente
preferindo que a lua
seja um ”sol dormindo”
“nunca acorde a noite”
Ela diz sorrindo
 servidor de sonhos
Preciso dos sonhos
Tomados
Tornados me circulam

estas flautas que ecoam
me torno a Naja permitida
Querem a língua solta
Apenas sentindo
enquanto sua maquiagem
pela sala toda voa

Os veteranos na sinuca
Apostam que o perdedor
Deverá ofendê-la
Inocentes quase homens
Se infiltram
No filtro saboroso
Entre os amigos
Distraem o ritual perigoso
O rosto de anjo
Esconde Lilith nervosa
Por dentro
Ela vai até o centro
A uma esfera que roda
como fogo
inventa céus caídos abaixo
seu rosto agora
socorre os espasmos
há um quadro de Renoir
de uma única diva
por toda sala
sendo pintado
os assassinos povoam
olhos vermelhos
a initimidade
no reflexo do piso
decorado
 a supresa que ela mesma
viu
antes de descer do carro
a fantasia que sentiu
era seu navio sob o comando
de marujos esfomeados
a decoração “sofre” dos enfeites
que ela mesma havia
vestido
vestido tão pequeno
quando sem ninguém
dorme na mesa sozinho...