Calma Poética

Poeticamente calmo,

contradigo o pensamento,

em melodia que me contrasta,

no fundo do teto que aguento..

Algo se afasta na solidão,

breve e afinada catapulta,

que lança o personagem em vão,

para atingir uma voz que se avulta.

Calmamente...

A ilusão que pratica o pensamento,

dentro de um relógio parado,

só o estático momento,

trabalho já acabado..

Vozes que me rodeiam,

entre vazios submersos,

na tirania inacabada ladeiam,

com o sentido dos meus versos,

onde me encontro poeticamente calmo...

Nuno Godinho

10-10-2014