NAS BARREIRAS IMPOSTAS

 
O encontro das duas
Formas consolidadas
O beijo do cisne
E as coisas deixadas
Por ela
Ainda avisam que
Seu estado
Não tem que esperar
Nem olhar o lado
De fora como se tivesse
Esse alguém pra chegar
As casas noturnas
Barrigas de aluguel
Fantasias certas
O amor comum
Decai em solidões
Investidas
O estanque feridas
Que amargas idas
Deixam ficar
Ela desobece o destino
Impõe-se ao dominio
Abre a porta fechada
Ele está dormindo
Trouxe também
Amarguras
E a altura que visitou
Era tão fria
Havia uma capela
E loucos famintos
Que abrigavam
Privações fantasmas
O amor era p’ros
Calejados
O juvenil entrelace
Era como um disfarce
Das coisas possíveis
Viu as terríveis
Erguerem terrenos
Cercas e acenos de distância
Bestiais desdentados
E sua tolice risada
Não amavam mais
Que o medo de não amar
Ele devagar se desdobra
Num sonho quase fatal
Ela o beija resoluta
Sou as muitas coisas
Do seu velório e desse mal
Corrompi as flores
No vaso ressecadas
Ainda postadas
No canto da casa
Parecem olhar ao nada
Velhas que choram o tempo
Que não volta
O plurido assistido
De velas que escorrem
Sei que ele me esperou
Tempo demais
Ao deitar sobre ele
Uma quietude desperta
invade e a ilude
era ela que sonhava
vê-lo despertar
em olhos perdidos
retirar o vestido
desabotoar sua blusa
suga-la possui-la
tê-la como meretriz
deixa-la feliz
na loucura que a saudade
acumula
que o amor anula
permite o tempo vagar
em tortura
cortinas dançam brisas
molhadas entrando
o que suas roupas faziam
cobertas num manto
veio buscar uma vontade
andante ao caminho
desperta ela agora
em prantos
se aninha a postergar calada
ele a teria amado tanto.