ZANGADO
Fui a um aniversário
Na casa do Zangado
Convidados por amigos
Fiquei muito encabulado
Com um caso inusitado
Que aconteceu comigo
A festa estava animada
Por um bom vinho regado
Com churrasco e mexilhão
No meio do alvoroço
Tininha pergunta a todos
Quem quer comer pirão
O pai de Felipe, esperto
Com o seu gesto discreto
Pegou logo um caldeirão
Colocou frutos do mar
Uma hora a cozinhar
Sem banana nanicão
Depois do pirão cozido
E o povo ter consumido
Peixe, frango e filé
A vela foi apagada
Com alegria estampada
No aniversário do André
O Zangado, inteligente
Disse: atenção minha gente
Não vão embora agora
Temos aqui conosco
Pessoas de bom gosto
Que fazem versos e prosas
Depois de apresentados
De ficarmos lado a lado
Começamos recitar
Com métrica e redondilha
Verdadeira maravilha
Sobre terra, céu e mar
Naquele momento, então
Entrei em convulsão
Na hora de declamar
Esqueci meus lindos versos
Sem qualquer razão, confesso
Que eu pudesse justificar
Maria Helena, presente
Disse com ar sorridente
Conheço ele, acredite.
Já li suas poesias
São feitas com maestria
É o irmão da Edite.
Buta, o outro poeta
Disse em forma de alerta
Não se preocupe amigo
Poeta é assim mesmo
Prova do próprio veneno
Já aconteceu comigo.
Mirela, mãe do André
Me aplaudiu de pé
Pra me incentivar
Comecei outra poesia
Aquele não era meu dia
Não consegui terminar
Vou decorar minhas rimas
Para não perder o clima
Na hora de apresentar
O que por mim foi escrito
Na casa dos amigos
Ou por quem me convidar.