Por nada
Nunca foi por nada
a minha mania
de encher página
colorir o branco
truncar o nada...
Por nada vezes nada
desafiei o infinito...
Dei pio às corujas...
Por nada
estiquei o varal
estendi túnicas azuis...
Espiei a chuva...
Espiei a lua...
Por nada
caminhei por estradas
que apaguei com o mata borrão...
E mesmo a ver que tudo deu em nada,
ainda gosto dessa encruzilhada,
acho mistério, nessa confusão.