Eu Gaivota
Sei que tenho muitos diferentes
Uma hora sou o avesso da outra
E assim vou de avesso em avesso
Desfolhando os meus dias
Cada dia o novo me surpreende
Não sou nunca ponto final
Sou sempre mudanças
Aprendizados
Desenganos me trazem novas portas abertas
Novas trilhas
E mesmo de avesso em avesso
Meus avessos são só surpresas
Busco sempre estar na luz
Luz pra mim é clareza espiritual
Não temo a escuridão
Se for preciso por ela passo
Nunca ela vai impedir minha passagem
Hoje circunstâncias da vida já não me abalam
Se no meio da dor eu der risada de felicidade
Estou em êxtase
Por que sei que sou bonança
Não sou dor
Adoro essa tal felicidade
Que não se apaga mesmo na dor
Que não tira a alegria do rosto do abandono
Que faz criança brincar mesmo com fome
Que me mostra que desgraçados não são os que têm fome de vida
E sim os que têm fome de poder
Por mais que me vire ao avesso
Jamais vou aplaudir desamor
Jamais vou abraçar causas injustas
Jamais vou me alienar a utopias
Mas se me vir dançando por ai
É que acredito na felicidade
Sei que ela da volta na tristeza
Abraçando nossa gente
Que vive por ai sem destino
E se você tiver algo a acrescentar-me
Seu abraço será querido
Sigo abraçando o simples
Mas com muitos avessos por vir.