Nascimento
todos os dias acordo de sonhos,
são tão reais que me cortam os pulsos,
me arranham as dores
assim, grito: vida!
às vezes me falta ar
mesmo o impuro,
às vezes me falta o dengo
da mulher in_culta
corro para a janela
não vejo senão estrelas,
a moldura do batente
parece camuflar minha dor
onde ela anda não sei,
talvez em outro mundo
tão distante, quanto desconhecido,
ainda assim canto e soluço