MIRTES E AS REMINISCÊNCIAS FARPAS

 
Fardos na capsula
leve as minhas muitas vidas
ao encontro do sol
volte e me diga
se viu um estrela
ou ainda há nuvens
onde quero voltar
não tenho medo da lua
ou do retorno do pó
resguardo
o cansaço da espera
o homem que nasce
pra ser só
envelheceu a muito tempo
mesmo que no  tempo
podia ter algo a mais
preferiu dizer-se sábio
de todas as coisas
o que gira ao redor
são vícios pendurados
num cabideiro de sala
o sozinho morre engolido
no outro
as coisas convém
e o absurdo se cala
dorme agora confuso
querendo explicar
 quer a saudade
Das cenas do até logo mais
Depois de mais
Que anos voltarem
Sem os fardos motivos
Que entregou
P’ra ter um motivo
Senhor como Deus
Coberta de inverno
Dorme a mulher por acaso
O caso do eterno
Que viveu por engano
O padre que acena p’ros anos
Anos parindo vidas
Errantes
Da certeza que tinha
Desce a colina
Que de cima
A pedra que avista
Já roubou sua sina
As mulheres embriagadas
E o nexo casual
Das risadas convida
Com vida
Ao menos pode sair com vida
Ela assistiu os encontros
Escombros buscam saída
Não tolera mais os anos
Quem disse anos
Não acreditava no que dizia...