Nossos filhos

Ontem vi você nascer,

Foi sem dúvida um florescer,

Aqui neste agreste cerrado.

Hoje vejo você crescida,

Tal qual uma roseira florida.

Com este seu gingado

Que mais parece um bailado

Percebo que cativou um beija-flor.

Este pássaro dourado

Que mais parece um gigante bronzeado

Que pousou na madrugada

Desta fria alvorada

Pra fazer o seu ninho.

As palavras e os gravetos

Fortes e sem preconceitos,

Foram aflorando

E o tempo passando...

Passando...

E passando.

Você ficou como a lua

Grávida e nua.

A caminhar pelas ruas

Cantarolando

Gerando

Construindo

Lapidando

Este, que já é mais que um fruto

Que iremos ninar,

E sempre cultivar e acolher,

Pra depois sem sofrer deixar voar.

Flutuar, entre vales e verdes montes.

Assim, será sempre primavera em meus olhos

E também nos seus

E também nos do beija-flor aflito,

Que voou e transportou,

O néctar da vida.

Agora, feliz e sorridente.

Como um menino valente,

Vejo lá nos confins do infinito

Onde faço verso e derramo meu grito,

Que é a estrela maior,

Deste mundo melhor

Que conheço e sei soletrar de cor.

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 24/05/2007
Código do texto: T499220
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