MINHA UNHA ENCRAVADA

Minha unha encravada

por que será, por que é,

que persistes em doer

nesse meu dedão do pé?...

Quantas vezes te extrair,

pensando que extinguiria

de uma vez por todas a dor

que sempre me perseguia.

Mas você, unha encravada,

só para fazer maldade,

sempre, sempre retornava,

parecendo ter saudade!

Só de raiva, só de raiva,

eu andava de sapato;

pisava firme no chão,

disfarçando meu maltrato.

Pomadas e antibióticos

sempre estavam em minha pauta;

mas quando eu te extraia...

confesso que sentia falta!...

Só depois de muitos anos

convivendo no meu pé,

ouvindo as minhas queixas

e sentindo o meu chulé,

foi então que descobri

que tu és minha grande amiga!

Pois contigo eu tenho calma...

não corro tanto na vida!...

Antonio Costta