Companhia

Quando precisei de alguém só tinha eu mesma para me acompanhar. Vi então que preciso caminhar sozinha.

Apenas comigo.

E que sou a melhor companhia que poderia oferecer a mim mesma. Uma mão amiga,

um apoio,

um aconchego,

um jeito de ser feliz.

E apenas eu pra me acompanhar.

Só a minha mão pra me afagar,

só meus olhos pra me ver,

só meus braços pra me abraçar na noite fria.

Meu calor pra aquecer meu corpo no inverno,

pretenso calor emanado de meu próprio ser.

Solidão sólida que solidifica a alma toda,

e que quer ser melhor que a própria dor

mas a ela faz agrados nos momentos de quietude da alma.

Da alma toda.

Já me dei sorrisos,

já chorei comigo,

já fui meu próprio braço forte.

Pretenso ser que se acha apropriado para lidar com a solidão, propenso a viver um caminho sem solidez,

apenas de apenas.

E apenas limita.

E limite isola.

E isolamento trás solidão.

E eu não tenho nada além da solidão.

Cada palavra é um trecho de descobertas,

de enlevos tensos,

de módulos pendentes,

de transformações cruas e frias.

Mas a solidão é persistente.

Apreço que se dá por um preço alto demais.