SEM LIMITES
Como escrever a própria história?
De trás pra frente?
Sem tempo,
sem verbo,
no infinitivo?
Com ou sem adjetivos?
Cansada de me procurar,
olhei para o lado e lá estava eu.
E nem tinha pensado nisso.
Um dia cheguei e me encontrei cheia de dúvidas,
havia um abismo me separando do que eu pretendia ser.
Olhando para trás,
eu que não gosto de fazer isso,
me vi sentada onde começava a estrada.
Gritei por mim,
mas não me ouvi.
Cada parte de mim quer caminhar para um lado,
luta constante de mim mesma comigo.
Guerras ferrenhas,
grandes batalhas,
eu caçadora de mim.
Nunca pensei que pudesse dizer isso,
mas não tem sido fácil.
Na verdade eu já sei há muito tempo que não é fácil ser eu.
Foi então que parei e me esperei ,
mas eu nem saí do lugar.
Sem verbo,
sem adjetivo,
sem objetivo.
Apenas,
mas apenas não define nada,
só limita.
E de limites eu não quero saber.
Não tolero nada que limita,
não vim para ser definida.
Por isso continuo parada onde eu me deixei,
nem vou sair de lá,
até que possa viver sem verbos,
sem adjetivos,
sem limites enfim.