PALAVRAS, SIMPLESMENTE PALAVRAS!
Palavras...
Há algo mais comprometedor?
Palavras úteis, fúteis, dóceis, amáveis, ásperas...
A declaração de amor feita em verdade;
O falso juramento;
A pedra depois de atirada;
A palavra após ser dita...
Há como retroceder, esquecer,
Desculpar, perdoar?...
Palavras...
Que expressam pensamentos;
Que revelam pensamentos impensados;
Que trazem à tona, sentimentos!
Mas que, nem sempre, têm sentimento, sentido.
Que ferem – e nunca são feridas.
Que comprometem – e não são comprometidas.
Que dão alma, vida... ao pensamento.
Que eternizam - ou infernizam o momento.
Que são o castigo do corpo, a tentação da língua.
Palavras...
O que são a não ser simplesmente palavras?
Mas que, quando proferidas,
Inocentam, acusam, alegram, entristecem,
Confortam, emudecem, sensibilizam, encolerizam...
Deixam dúvidas no ar.
As palavras devem ter sido, com certeza, feitas
De um metal não nobre.
E pobre é o ser que não consegue domá-las.
Da nobreza, não tenho mais dúvidas, foi mesmo
Originado o verbo: calar.