RECOMEÇOS
Às vezes eu olho para fora
e vejo paredes.
Concretos e blocos
encerram a visão.
Então, eu olho pra dentro
e não encontro chão.
Vejo somente buracos
pasto seco, rastros de erosão.
É quando procuro o ar
para virar poeira
e o vento carregar,
desejando a sexta-feira se acabar
para recomeçar
sem lembrar, de antes da morte,
da lama.
E, nesse movimento
passar
pelo vácuo
(o fim de semana)
do esquecimento.
Depois do Fim
da semana,
desejo uma segunda,
a chance
de um novo raiar.
A Paz de um novo romance
com a Vida
Uma cura total para dores dormidas
e esquecidas
Um recomeçar.
D.V.
05/07
Copyright © 2007 Dulce Valverde
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