ESTRELAS

O Universo continua em movimento...

as estrelas caem,

se despencam,

choram ao cair na terra

e suas lágrimas iluminam a escuridão

como tochas escarlates...

O sol acorda

na manhã que todo dia começa...

O movimento, a mutação, a metamorfose

acontece todos os dias do infinito...

As fotografias se reproduzem,

avançam sempre os movimentos

no acompanhamento da transmutação

obedecendo a ordem soberana...

Mas a lágrima estaca,

o sorriso seca,

o passo escapa do compasso

do movimento ininterrupto...

É a dona saudade que chega

revestida das roupas da dor

em se saber preterida

em favor da dama do poder...

E as transformações acontecem

e as estrelas caem do céu...

Elas gritam a saudade

procurando o caminho de um coração...

E de mudança em mudança

enquadrada nos esquadros

que mostram milimetricamente

os enfoques do corpo mutante

da cadela, da porca e da ameba,

a estrela que estaca

penetra na saudade...

E um parto se faz

na luta do céu e do inferno...

É a dor e o prazer,

é a vontade de crer e não crer...

E nasce o filho da saudade!

Amar pelo verbo amar

intransitivamente por amar

e a saudade ausente

se transforma no presente cuidar...

E a estrela cai e despenca

na lágrima da saudade

de querer e não poder...

O amor atravessa as barreiras do impossível

porque as estrelas que caem

possuem roupagens de crer

que a armadura um dia vai se romper

e a confiança surgir...

E aí vai a metamorfose

da cadela autêntica, em carne viva

com as estrelas que caem e a esperança que fica...

carline
Enviado por carline em 06/10/2014
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