Terra do Nunca


Quando embarcas em meu navio de sonhos,
E com ele vagamos juntos, além do horizonte,
Quando em meus braços tu te tornas criança
E vejo em teus olhos novamente a esperança,
De voarmos por campos, rios, por montes,
Olvidados de tudo que nos faça tristonhos.

E nos tornamos de novo Wendy, João, Miguel,
Meras crianças perdidas, sereias, índios, piratas,
Sininho, personagens da terra mágica de Pan,
Por este tempo que transcorre de forma vã,
Fustigando como Gancho e Barrica, pelas matas,
Em seu propósito de nos impedir chegar ao céu.

E me ufano com o brilho que vejo em tua face,
Ao sentir que me vês como se fosse o teu herói,
Que a protegerá de tudo e de todos, deslumbrada,
Ao saber que nunca mulher alguma foi tão amada,
Como te amo, por tempo infinito que não corrói
Estes tempos de brumas de nossos entrelaces.

Todos nós levamos no imo, no peito, a felicidade,
As lembranças das crianças que fomos um dia,
De tempos que um dia vivemos como amigos,
Felizes, por estarmos de novo juntos, comigo,
Embalada em meus versos, envolta em poesia,
A voar por este universo que se chama saudade.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 06/10/2014
Reeditado em 06/10/2014
Código do texto: T4989008
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