Pássaros, Flores e Bucolismo

A aurora inda não despontou,

na janela nenhum pássaro cantou,

apenas grilos azucrinam sem param

querendo o verso doce a estridular.

A madrugada lentamente vai partindo,

última estrela se apagou e adormeceu,

ouço o gorjeio primeiro da juriti

e o sabiá canta primevo no pé de caqui.

Lá vem o sol com seu calor vibrante

e as garças passam em um bando a revoar,

papa-capim e cambacicas a tilintar

e as maritacas em grupo a gracejar.

Lá vem depressa em sua graça o beija-flor,

tem pássaro-preto e tico-tico do café,

tem pardaizinhos acordando no beiral

e os melros cantam em harmonia sem igual.

Na flor o orvalho é bebido pelo tiziu,

e as borboletas multicores são um festejo,

abelham zumbem na flor da jabuticabeira,

aranhas tecem suas teias na roseira.

Essa é a alvorada bucólica do meu sertão

embelezando, causando espanto no coração,

esse é o equilíbrio tão perfeito da natureza

que revigora a nossa alma com sua beleza.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 06/10/2014
Código do texto: T4988867
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