Despertar...
Acordei com você...
Com sua lembrança morna a me atiçar
A me beijar os olhos e boca.
E a imaginação me faz querer teu desejo
A maciez do teu beijo...
Abro os olhos e a realidade me sorri,
Como desdenhado de mim!
E mesmo acordada, a imagem que me invade
É teu sedutor olhar, atrevido
Nublado por uma ternura,
Acompanhado por gestos espontaneamente ensaiados para agradar.
Não forçados, nunca conseguiria, originais demais... Teus!
Na sua arte-dom.... Seduzido pelo seduzir
És um mestre na arte do amar!
Isso nunca poderei negar.
Despertei você...
Do fundo dos meus desejos
Das entranhas de minha luxúria
Do âmago de minhas...
Mais deliciosas lembranças.
E junto veio a saudade!
De me perder me achando
No teu, nosso ritmo
Na dança voluptuosa de nossas línguas
Do enroscar sincrônico de nossos corpos...
Há nossa química!
Senti(sinto) a resposta imediata
Do(no) corpo...
Nu, sedento, excitado, exposto
A essa brisa matinal
Que me acaricia a derme
Como tuas carícias...
Tua inebriante sedução ficou tatuada
Na história-memória da minha pele.
Mãos perfeitas, grandes, fortes...
Abraços que abraçam e aconchegam protetores...
Que me faziam sentir a ausência de chão
Você sempre me fez perder a razão e mergulhar na emoção!
Eu me achei no teu sexo... Em tua atitude de macho
Pois me senti fêmea desejada como nunca antes...
Revivi você num sonho...
E cada momento nosso de olhos bem abertos!
E meu silêncio cai vencido
Meu orgulho de mulher caiu por terra
Ante a sua presença-ausente
Com a força desse sonho presente
Sobrepondo-se ao teu sepulcral silêncio
Da sensação de abandono e solidão...
Vencido pela lembrança
Pois nos teus braços me senti única
Mesmo conhecendo-te universo...
De muitas galáxias e constelações
Mágica? Sim, verdadeiramente tua magia...
Meu silêncio foi capturado, torturado
E ouve-se os gritos nas letras e versos...
Os gemidos cravados nestas linhas
Acompanhados tão somente
Pelos sons que entoou sozinha
Quando o amor se fez solitário...
Nesta cama vazia, sem teu calor,
Seu teu toque, tua emergia...
Saudades...