MIRTES E O CASO CONVITE
 

As espreitas
O  esconderijo perfeito
É sentar de costas
Ao sujeito parado
E as meninas
Em volta
Seu corpo predileto
Coberto de linho
E uma gravata fina
Onde a cor pouco importa
Não está sossegado
Há também as finas
Que por perto desabam
Seu volume gracioso
Muito charme
Pra nada
Ela descobre os desejos
E os anseios
Que de certo ele tem
Procura no toque sutil
De um gole
P’ra afastar sua pose
Mal contada
Os trajes são ultrajes
P’ra que a fama
Ultrapasse
E proteja sua voz serena
De um canto
Que canta domas
Pra se ter na cama
O perigo é um presente
Guardado
Quando ela pressente
Que o gato vai fugir
depois da caça
o sexo contido
das alucinações
do vício de se entregar
parecendo ser aquilo
que ele veio buscar
deixa a raiva viver
e a cólera se expandir
as mordaças postas
em todo lugar
procure-me
destrua-me
sou toda a casa
você abriu pode entrar
ela se despe pouco a pouco
p’ras loucuras dos outros
irem até ele perguntar
está vendo aquela presa
pele tão branca
cabelos da noite
com luar
já nua em tua mente
querendo humilhar
aquelas outras e suas amigas
defesas vizinhas
roupas a mais p’ra usar
ela usa aquelas botas
que a deixam tão alta
com alto é a falta de ar
seja o desordeiro
da ordem
a ordem mata o instinto
pulveriza anjos no lugar
aqui é errado posar
pouse sobre o lamento
belicoso
que a faz desejar
você é o outro que ela veio buscar...