Cambaleantes dias

Os silêncios adormecidos

Em teus gritos

Escapam impunes

Ao tempo

Dos nossos equidistantes

Lugares

De nós.

Relógios

Tiquetaqueiam

Vazios sussurrados

À beira do ouvido

De uma tarde

Escondida e fria.

E a fonte

Das possibilidades

Supõe morte

Em camas apartadas

Nos cambaleantes dias.

É a parte que nos cabe

Do anseio ao medo

Da travessia.

É a parte que nos cabe

Ao matar a poesia.