A tempestade de Apolo
A Aurora mais um vez fabulosa outra dia veio nos dar,
neste dia, idealizado, ao teu lado sonhei estar, um magnífico desvario.
Apolo, tamanho de um homem, luz de um deus,
viestes desvirginando meus pensamentos com malícias e tormentos.
O céu estava turvo, o vento anunciava uma outra tempestade,
eu sabia que desta não poderia escapar, fui para o teu lado,
Apolo, do tamanho de um homem, uma luz de um deus,
agarrei em tuas mãos Apolo, a tempestade triste e bruta
começou, e como eu sou, as tuas mãos fortes eu fui agarrar;
Apolo, luz de um deus, tu me ignorastes, em um breu fez-me estar,
o primeiro chuviscar tanta dor me causava, e eu só tentava suas mãos
tocar, queria veementemente sentir aquele calor, eu queria que
tu apertasses minhas mãos com domínio e violência; Apolo,
do tamanho de um homem, minha clemência tu não hás
de escutar, vá Apolo, luz de um deus, para bem longe,
aqui na tempestade sem mãos quentes eu quero ficar,
pois por mais severa que seja a tempestade, com ou sem você,
eu sei que ela haverá de passar.