Enlinguimáticas
Duas línguas se encontram
Parecidas, porém diferentes
Se assemelham, se distorcem, se provam
Se conhecem, desconhecem, se testam
Se dizem aprendizes, se contradizem
Se contorcem e, sem preocupação alguma...
Se divertem.
Sem demora se aquietam, se ausentam
Abre-se espaço para outras duas
Estas bem mais distintas,
Porém muito mais conectadas
Se encontram, se lambuzam, se vão
Se voltam, se cuidam, se mordem.
Não sabem se querem, se seguram
Não se importam com o externo, se soltam
Se esquecem do perigo, se recordam
Se entregam sem um porquê em si
E agora sem "se" e sem "porquê"
Se desejam e se controlam.
Outras duas se revelam, espaçosas
Elas, que outrora apareceram tímidas
Agora chegam pra ficar e se espalham
Curiosas que são, insistem em se perguntar
Enigmáticas, se mentem, se descobrem
Pecadoras que são, as vigiam
Se amanhece, é temprano, quero ficar!
Agora as seis se misturam, se despedem
Distantes, duas ficam pra trás
Mas ainda se procuram, não desisto
Se redizem, reconhecem, se desmentem
Se filosofam, se não entende, se repete
Se falam, e como falam! Sem limites
Se interrompem, não importa, insisto.
As últimas agora são prioridade
Por vezes voltam as duas primeiras,
Muitas vezes se desejam as duas segundas
Mas o fato é que por mais que quisesse
Teria que esperar
Só espero que continue assim
Tão gostoso como a palavra gostosa
E tão simples como a palavra fim!