Enlinguimáticas

Duas línguas se encontram

Parecidas, porém diferentes

Se assemelham, se distorcem, se provam

Se conhecem, desconhecem, se testam

Se dizem aprendizes, se contradizem

Se contorcem e, sem preocupação alguma...

Se divertem.

Sem demora se aquietam, se ausentam

Abre-se espaço para outras duas

Estas bem mais distintas,

Porém muito mais conectadas

Se encontram, se lambuzam, se vão

Se voltam, se cuidam, se mordem.

Não sabem se querem, se seguram

Não se importam com o externo, se soltam

Se esquecem do perigo, se recordam

Se entregam sem um porquê em si

E agora sem "se" e sem "porquê"

Se desejam e se controlam.

Outras duas se revelam, espaçosas

Elas, que outrora apareceram tímidas

Agora chegam pra ficar e se espalham

Curiosas que são, insistem em se perguntar

Enigmáticas, se mentem, se descobrem

Pecadoras que são, as vigiam

Se amanhece, é temprano, quero ficar!

Agora as seis se misturam, se despedem

Distantes, duas ficam pra trás

Mas ainda se procuram, não desisto

Se redizem, reconhecem, se desmentem

Se filosofam, se não entende, se repete

Se falam, e como falam! Sem limites

Se interrompem, não importa, insisto.

As últimas agora são prioridade

Por vezes voltam as duas primeiras,

Muitas vezes se desejam as duas segundas

Mas o fato é que por mais que quisesse

Teria que esperar

Só espero que continue assim

Tão gostoso como a palavra gostosa

E tão simples como a palavra fim!

Felipe Cedrim
Enviado por Felipe Cedrim em 03/10/2014
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