Um Cafezinho

Eu estava apoiado ao balcão onde pedimos diversos,

onde amostras de massas tantas, sedutoras, nos extraem saliva.

A padaria.

Tem um comércio desses, de gordices diversas

na esquina da minha casa,

padarias daquelas que se impõem e ostentam o nome do bairro,

como que oficiais.

Meu guarda-chuva em punho, incômodo, ali comigo pairava,

frente ao balcão, o cárcere de delícias.

A funcionária, dentro de seu uniforme vermelho e branco,

passou levemente,

e ao senhor que estava do meu lado perguntou: ‘Quer um cafezinho?’

Ao que o mesmo respondeu afirmativamente.

Hum, naquela tarde chuvosa cairia bem, mesmo naquela movimentação,

naquele entra e sai, um cafezinho...

e aquele senhor devia ser conhecido da funcionária,

ou ela ofereceria à mim também,

um quem sabe aromático e fumegante pretinho ...

Qualquer um aceitaria,

imagino então o protagonista da avenida lá fora,

indiferente a chuva e com seus cinco asseclas caninos,

um caricato catador de trecos,

Essa sombra na avenida abriria o peito e um sorriso

para um bom 3 Corações...

Bom, a balconista pescou minha atenção

e pedi à ela então o famoso pãozinho

que nunca foi francês, mas tava quentinho,

esperando encontrar em casa o que cheira longe,

um cafezinho.

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 03/10/2014
Reeditado em 09/07/2018
Código do texto: T4985346
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