HÁ ALGUÉM POR PERTO LENDO
 
 
Há um fruto proibido
Caído de uma árvore madura
Dançando a dança
Que se dança
Quando se dança na rua
 vê espíritos
Os convalecentes
Os benditos
Amados por terem
Vindos de outro “lugar”
Querem que temam
Sua cor
Seu estandarte
A arte de iludir por vitrine
Ela abriga deuses
Escondidos
E deusas entre os olhos
O que pensam ser magia
E o que intriga
Foi feito pra se perder
Voltar a nascer
De volta
De onde veio
Convida o calmo
Que persegue sombras
de espelho
Sentado perto da saída
Que parece sair
E ainda quer sair com vida
Ela o traz pra dentro
Oferece seu corpo
E um sopro de calor
Tranforma a súplica
N’uma adorável bebida
De lábios intensos
Ainda que  conversam
Nenhuma palavra
Se ouve
Há dentes apertados
Contrários a língua
Prendem seu gosto
P’ra de certo outro gosto
Mais de inferno
Sair
O som que se ouve
Mal ouve alguém cantando
As loucas vozes mudas
De todo canto
Não cantam o que ouvem
Há um preparo
De ambiente
Nenhum reparo crescente
Apenas se diz olá
Aos amigos
Cumprimenta o solitário
E os decentes
Porque se vestem bem
Os estranhos migram
Entre a calçada da frente
Entrando e saindo
Há um sufoco permitido
Eles também neste rítimo
Vão ao fundo
Das escuras paredes
Mal pintadas
Vasilhames e caixas
Jogadas
São colchões da aventura
Que começa
E não termina ali...