A LÍNGUA DO VENTO
Manhã fria. Mas não sem poesia. O vento vem gelado e de um jeito inusitado, fazendo alarde, brinca com os cabelos e as mulheres procuram o espelho, brigam com o vento arteiro, mas eles brincam e lhes jogam os frios beijos. O vento é como uma criança que se diverte e corre e sobe e desce e nos sussurra de gélida e singela maneira, com um vocabulário extenso e de silêncio, dizendo poesias em uma língua que não entendemos, a língua do vento.